O café no Brasil pode acabar?

Estudo realizado com a colaboração de brasileiros alerta para a possibilidade de que as mudanças climáticas reduzam a quantidade de animais polinizadores em mais de 50%.

O cenário climático global está lançando uma sombra de incerteza sobre as lavouras tropicais, particularmente os campos de café e cacau do Brasil. Um estudo inovador, liderado por Joseph Millard do Museu de História Natural de Londres, e coautorado por Luísa Carvalheiro da Universidade Federal de Goiás, e Felipe Deodato da Silva e Silva do Instituto Federal de Mato Grosso, revela que a crise climática ameaça a existência dos insetos polinizadores essenciais para a produção de uma ampla variedade de frutos, inclusive o café.

Publicada recentemente na renomada revista científica Science Advances, a pesquisa alerta para a possibilidade de que a abundância desses animais críticos possa diminuir em mais de 50% em um planeta mais quente. Isso coloca em risco não apenas o mercado cafeeiro, mas também outras frutas tropicais, como cacau, manga e melancia.

Além do Brasil, países como China, Índia, Indonésia e Filipinas enfrentam a perspectiva de impactos significativos em sua produtividade agrícola devido à redução dos polinizadores. O aquecimento global ameaça perturbar o delicado equilíbrio dos ecossistemas, levando a um declínio nas populações de polinizadores, essenciais para a fertilização das culturas.

Luísa Carvalheiro, uma das autoras do estudo, enfatiza que a rápida mudança climática pode afetar ainda mais plantas que dependem de polinizadores com características específicas. Por exemplo, culturas como tomates e pimentões necessitam de abelhas com a capacidade de vibração para garantir uma polinização eficaz, enquanto o maracujá requer abelhas maiores, que são as mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.

Mudança Climática não é a única vilã

Além da mudança climática, a perda de polinizadores também está sendo agravada pelo uso excessivo de agrotóxicos e pela destruição dos habitats naturais dos insetos. Diante desses desafios, muitos agricultores já estão recorrendo à polinização manual, que é trabalhosa e onerosa.

Essa prática, no entanto, implica em custos adicionais, uma vez que a polinização pelos insetos é uma tarefa realizada de forma gratuita. Além disso, o aluguel de colmeias de abelhas, uma alternativa cada vez mais utilizada, está se tornando mais caro.

Fauna e Flora abundantes e diversificadas da Fazenda Laranjeiras mostram que é possível conciliar produção agrícola e sustentabilidade.

À medida que a mudança climática e outros fatores continuam a ameaçar os polinizadores naturais, a indústria agrícola enfrenta desafios significativos para garantir a continuidade da produção de café e outros frutos tropicais. A busca por soluções sustentáveis e a proteção dos habitats naturais dos polinizadores se mostram urgentes para a sustentabilidade desses setores.

Na Fazenda Laranjeiras, o manejo correto de recursos, preservação da mata nativa e uso responsável de denfensivos agrícolas, propiciam uma natureza em equilíbrio, formando corredores ecológicos, projegendo habitats naturais e favorecendo a ocorrência de diversos animais silvestres e insetor polenizadores, mostrando que é plenamente possívela coexistência harmoniosa da fauna e flora nativas com a nossa produção de café.

Contudo, é preciso que cada vez mais propriedades se conscientizem da importância de buscar por uma produção agrícolas sustentável enquanto ainda há tempo.

Veja o artigo científico completo: https://www.science.org/
doi/10.1126/sciadv.adh0756

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