O artigo de David Lucena (@davidmclucena), intitulado “A gourmetização exagerada está acabando com o prazer de tomar um cafezinho?”, publicado nesta quarta-feira (21), na seção ‘Café na Prensa’, do site da Folha de São Paulo, reflete se a crescente complexidade no preparo do café está prejudicando o prazer de apreciar essa bebida tão popular no Brasil e se a proliferação de técnicas e equipamentos especializados está tornando o café uma bebida elitizada demais.
Gostaríamos de contribuir com essa reflexão deixando nossa opinião sobre o assunto.
Antes, contuto, vale ressaltar que, assim como David lembra em seu texto, o café é uma bebida democrática, presente em quase todos os lares brasileiros. Seu preparo tradicional, com água quente e pó de café, é parte integrante da cultura nacional.
Por outro lado, embora o movimento do café especial tenha surgido há relativamente pouco tempo, trouxe uma nova abordagem ao café, enfatizando a qualidade dos grãos, métodos de cultivo sustentável e técnicas de preparo que realçam os sabores e aromas únicos da bebida.
A resposta a essa questão não é simples. Enquanto alguns defendem a simplicidade e acessibilidade do café, outros veem na busca pela qualidade uma oportunidade de explorar e apreciar novos aspectos dessa bebida tão complexa.
Como produtores de café especial, acreditamos que a busca pela qualidade não deve ser vista como elitização, mas sim como uma forma de valorizar o trabalho árduo dos produtores e demais atores envolvidos nessa desafiadora cadeia de produção, além de proporcionar uma experiência mais rica e satisfatória aos apreciadores de café.
Em nossa visão, o café especial não busca impor regras rígidas, mas sim promover a valorização e a compreensão do café como uma bebida complexa e diversificada.
Acreditamos que um não exclui o outro. O café especial pode e deve ser apreciado de forma inclusiva e respeitosa, preservando toda sua essência democrática e cultural, enquanto contribui para a experiência única de saborear uma xícara de café de qualidade.