O café sempre foi fundamental em nosso país. Por isso, aproveitando o feriado de 15 de novembro, vamos relembrar três momentos em que o café teve papel decisivo em nossa República.
Todos os três epsódios ocorreram na primeira fase de nossa República, a chamada “República Velha”, que vai de 15 de novembro de 1889 até a Revolução de 30.
Política do Café-com-leite
Apesar do nome, esta política não tem relação com os cafés com leite que amamos, como latte, pingado ou macchiato. Era, na verdade, um acordo entre o governo federal e as elites de São Paulo e Minas Gerais, maiores produtores de café e de leite, respectivamente, visando ao revezamento de representantes desses estados no poder e que durou até os anos 30, fortalecendo a agropecuária no Sudeste, mas negligenciando e aumentando os problemas de outras regiões do país.
Convênio de Taubaté
A dinâmica entre oferta e procura é uma máxima antiga: quando há excesso de um produto ou serviço, seu valor tende a diminuir. Isso aconteceu em 1906 com o café, cuja produção, sendo a maior do mundo, gerou um excesso que reduziu os preços no mercado internacional.
Para enfrentar esse desafio econômico, os governos de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais reuniram-se em Taubaté com os principais cafeicultores da época para um acordo: os governos comprariam os excedentes do café, estocariam e liberariam conforme a demanda do mercado. Se a procura fosse menor que a oferta, o excedente seria queimado, mantendo os preços em níveis elevados. Apesar de gerar déficits nos cofres públicos e demandar empréstimos estrangeiros, o plano beneficiou os produtores, mantendo os preços competitivos e evitando uma crise econômica mais profunda.
A Primeira Guerra Mundial
Durante a Primeira Guerra Mundial, em 1917, com o conflito em pleno curso, os ingleses suspenderam a compra de café, os americanos reduziram suas importações e o Brasil se viu novamente diante de excedentes significativos de café, com seus estoques atingindo seis milhões de sacas. O então presidente Venceslau Brás retirou metade do mercado autorizando a compra de 3 milhões de sacas dos produtores de São Paulo. A situação se normalizou em 1918, com o fim da guerra e a gradual retomada do mercado internacional.
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